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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O PEIXINHO GLUB (HISTORINHA PARA TV E PC)

       Esta historinha além de trabalhar a atenção visual, tolerância da criança durante o exercício das atividades visuais e estimular o interesse, busca visão, acomodação visual, atenção, localização espaço-tempo, entre outros, pode utilizar-se também abordagens socioeducativas. È possível utilizá-la várias vezes, com diferentes tipos de abordagens a favorecer o melhor desenvolvimento e aproveitamento da memória visual.

          Espero que gostem! Fiquem com Deus!





























terça-feira, 11 de outubro de 2016

A ESTIMULAÇÃO VISUAL COM ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTO VISUAL DA CRIANÇA COM DÉFICIT CORTICAL – ESTUDO DE CASO (PARTE 04)

4ª ETAPA – DESENVOLVENDO A FUNÇÃO VISO-MOTORA

Foram adaptadas diferentes formas de tipógrafos para trabalhar a coordenação motora, visando desenvolver o processo de escrita, alcance do estágio ideal, facilitando assim, a aquisição futura de uma melhor habilidade para a leitura. A criança poderá utilizar esse recurso, o tipógrafo, também como auxílio para o alinhamento e distribuição das letras e frases durante o processo de escrita, além de oferecer melhor dimensão do espaço a ser utilizado e a relação deste com o tamanho da palavra. Além de que, durante este processo de aquisição da escrita podemos encontrar uma relação deste com a teoria da psicogênese de Piaget e Emília Ferreiro. É oportuno que a escrita se desenvolva bem antes da aquisição das habilidades e/ou capacidades visuais para o processo de leitura.
Ainda, no final do ano de 2007, BS oralizava e escrevia com auxílio do tipógrafo as letras do alfabeto (letras de imprensa), palavras e pequenas frases, mas, no entanto, ainda não havia alcançado uma capacidade visual para leitura.





Este ano, em 2008, em parceria com os pais, BS está matriculada numa escola regular de ensino e esta tem acompanhado de forma prazerosa tal experiência. Com esta parceria, visamos minimizar a tensão obtida durante quase dois anos, com relação “Braille” e “negro”, e dar-lhe oportunidade de conviver com outras crianças, numa nova rotina de trabalho, pretendendo com isso, além de seu desenvolvimento cognitivo a evolução de sua condição visual-cognitiva.
Assim sendo, com o apoio da mãe e da escola, tem sido possível até hoje, desenvolver suas habilidades socializando e integrando a BS ao mundo panorâmico.
É extraordinária a mudança advinda de seu ingresso numa escola “comum” em que convive com crianças ditas “normais”. Seu material escolar está sendo adaptado durante todo o processo. Os pais compraram os livros comuns para facilitar o acompanhamento com o professor de estimulação visual e a terapeuta ocupacional, para que possam trabalhar com antecipação habilidades necessárias para execução de algumas atividades. A escola tem demonstrado aceitação e interesse no trato com a criança, a família e os profissionais.







BS não demonstra aparentemente nenhum tido de dificuldades em seu processo de aprendizagem, entretanto, é possível perceber que a BS apresenta atraso com relação aos processos de leitura e escrita (maior dificuldade com a leitura). Tais dificuldades, de forma alguma, prejudicarão seu desenvolvimento educacional, pois, é possível, através de adaptações e das orientações dadas ao professor de sala comum promover o acesso à aprendizagem e aquisição de conhecimentos através de conteúdos abordados em sala de aula.
A aprendizagem e assimilação do conteúdo podem se incidir através de conteúdos oralizadas e/ou atividades adaptadas, afinal, o objetivo principal da escola é o conhecimento e aprendizagem dos conteúdos. A leitura e a escrita seriam apenas recursos para esta aquisição. No entanto, não é possível que a BS utilize-se da leitura para aquisição do teor escolar. A família, os profissionais e colegas de sala servirão de intercâmbio entre o conteúdo a ser lido e a criança.



A ESTIMULAÇÃO VISUAL COM ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTO VISUAL DA CRIANÇA COM DÉFICIT CORTICAL – ESTUDO DE CASO (PARTE 03)

3ª ETAPA – DESENVOLVENDO O PROCESSO DE LEITURA
No segundo estágio eram apresentadas formas geométricas (circulo, quadrado e triângulo) utilizadas para desenvolver habilidade de identificar, discriminar e perceber estímulos visuais para reconhecimento (leitura), inicialmente com fundus preto e luminária que aos poucos, após melhor utilização e desenvolvimento funcional visual, eram retirados, ficando apenas a atividade em folha branca e com caracteres coloridos (contrastantes) e com altos contrastes (preto no branco e branco no preto), aplicativos para computadores, bem como adaptação do meio em que vive, atividades de lazer e rotina visual.


Os estímulos visuais, a princípio, eram simples e isolados, possibilitando atingir gradativamente estímulos mais complexos. Para isto, foi indispensável o uso de alto-contrastes principalmente preto no branco e branco no preto e diversificação das texturas (alto-relevo, médio-relevo, baixo-relevo, e aos poucos, sem nenhum relevo) para trabalhar as funções visual-cognitivas, visomotora e coordenação motora.


Visando integrar suas habilidades visuais às táteis, olfativas, auditivas e paladares, após desenvolvimento de suas habilidades citadas anteriormente e, com uso da luz na luminária, foram inseridas atividades como adivinhações e experiências com contação de estórias (livros adaptados com variação de relevos e contrastes), músicas (com imagens simples em cartelas. Ex: a janelinha fecha... a janelinha abre...), entre outras. Através destas e outras atividades apresentadas, buscava-se também fazer com que esta procurasse inicialmente utilizar a visão para identificar e confirmar através do tato. Estas atividades foram desenvolvidas de acordo com sua faixa etária e condição visual. A cada evolução visual apresentada eram adaptadas novas atividades para atender suas carências e desenvolver novas habilidades.


Desta forma, em 2007, com cinco anos de idade, tornou-se possível adaptar as atividades escolares no nível pré-escolar objetivando prepará-la para utilização de seu resíduo visual com atividades escolares em negro simplificadas. Aos poucos, foram sendo trabalhadas as funções visual-cognitivas, visomotoras e coordenação motora, sendo assim, já era possível adaptar as atividades escolares e esta poderia possivelmente ingressar em sala de aula comum e, sendo assim, alfabetizá-la em negro. Com um pré-escolar integrado, a criança passa a ser objeto de uma constante observação e atenção da professora que orienta, ajuda e aconselha. Ela não recebe apenas uma boa educação (bons hábitos e boas maneiras), mas aprende a pensar, observar, julgar, ser justa, paciente, honesta e prestativa.
Durante este período, realizei a adaptação de alguns aplicativos para computadores e apresentações de estorinha para DVD, entre outros. BS então passou a realizar atendimentos também com o uso de mais este recurso. No final de cada atendimento era lhe dado o direito de “brincar no computador” ou “assistir estorinha pela televisão”, etc.

video


Após alguns meses de uso deste recurso, observei que ela além de não girar mais a cabeça com tanta freqüência na tentativa de acompanhar o personagem, já era capaz de diferenciar tamanhos, posições e algumas formas mais complexas.
Quanto ao processo visomotor, foi necessário desenvolver as habilidades de leitura e escrita separadamente. Nesta mesma ocasião, BS demonstrou o interesse pelo desenho. Deste modo, iniciaram-se mais uma fase de desenvolvimento... e os ensaios para o processo de escrita eram constantes. Eis que surgiam as mais novas garatujas.



VYGOTSKY (1989) avalia que a criança, na arte de desenhar, realiza os ensaios prévios da linguagem escrita. Para FERREIRO (1987), o processo inicial de escrita ocorre de acordo com a representação escrita do pensamento e interpretação da criança com o mundo que a cerca. Os sinais projetados no papel se configuram inicialmente em simples movimentos motores e progressivamente experimentam outros rabiscos sugerindo novos significados para simular objetos, histórias ou brincadeiras. BS realizava desenhos sem lógica (garatujas) apesar de não poder ler ainda o que escreve, ela faz desenhos da forma que interpreta a imagem, ou seja, com o mesmo direcionamento supracitado.


Nesse sentido, cabe ao professor direcionar as atividades na centralização com uso do desenho: ilustrações de fatos reais (em sala de aula, em passeios, representação de objetos, desenho livre...), como a linguagem de imagens se aproximando do objeto a ser representado. Podemos dizer que o desenho é um simbolismo inicial, pois mantém características formais do objeto. Já, na escrita, sistema articulado de símbolos e signos, constitui-se em representação subseqüente e elaborada, por representar a língua oral que, por sua vez, representa o pensamento, não mantendo nenhuma característica formal do objeto representado.
Utilizando-se este referencial teórico e observando o estágio de desenvolvimento em que se encontra, é possível adotar uma metodologia que se processe nas três fases para aprendizagem: Exploração, Conhecimento e Representação, e Aplicação.